“O Benfica é a minha casa na Europa, foi onde cheguei, onde me fiz realmente jogador”
Reviver o passado, construir o presente e olhar para o futuro – foi o que Di María fez nas declarações proferidas à UEFA em vésperas do embate europeu com o Inter de Milão, na 2.ª jornada do Grupo D da Liga dos Campeões, no Estádio San Siro, em Milão, Itália. O camisola 11 do Benfica lembrou onde tudo começou até chegar ao ponto em que está, sempre com o amor e a paixão subjacentes.
Graciela é nome carregado de história, carinho, felicidade e simbolismo no baú das recordações de Di María. Amor de mãe, sacrifícios determinantes para que, sobre duas rodas, o jogador pudesse ir aos treinos nos escalões de formação do Rosário Central, na Argentina. A bicicleta foi o ponto de partida para a reportagem efetuada pela UEFA.
Aqui, o regresso à sua casa, a forma como foi recebido pelos Benfiquistas, o sentimento que possui pelo Clube e as emoções que vive diariamente com a ambição de continuar a ganhar foram igualmente temas de conversa com o campeão do mundo.
A BICICLETA GRACIELA
“É muito bonita, igual, é muito parecida [atirou ao olhar para uma bicicleta similar à usada pela sua mãe quando era pequeno e o levava para os treinos no Rosário Central]. É uma das coisas mais importantes para o que foi a minha vida. Ter uma bicicleta foi um dos maiores sacrifícios que a minha mãe fez por mim. Foi como se tivesse sido o meu primeiro ‘carro’, digamos. Eu sentava-me na parte de trás e tinha um pequeno cesto à frente, o meu pai fez um de ferro, onde a minha irmã ia sentada. Apanhava chuva, trovoada, vento… Passava por bairros ricos, pobres, tudo, as coisas nunca foram fáceis na minha vida. Durante três, quatro, cinco, seis, sete anos em que me levou para os treinos. Tudo isto foi graças à minha mãe e à bicicleta.”
REGRESSO AO BENFICA NO VERÃO DE 2023
“Nunca tinha acontecido em Portugal receberem assim um jogador. Ter esse privilégio, ter tantos adeptos fora do Estádio do Benfica… O Benfica é a minha casa na Europa, foi onde cheguei, onde me fiz realmente jogador. Tive a possibilidade de jogar com Rui Costa, o que quer dizer que estou velho… [risos] Joguei ao lado dele e agora tenho-o como presidente.”
CHAMPIONS LEAGUE
“É o maior troféu de clubes que se pode ganhar e é algo muito lindo. Tive a possibilidade de a conquistar [a Liga dos Campeões], levantá-la… é uma sensação única. Hoje em dia, com 35 anos, continuo a fazer o mesmo dentro de campo. Quero sempre mais, mais golos e mais assistências. Com a idade, os objetivos mudam. Jogar na Liga Europa e na Liga dos Campeões deu-me a possibilidade de crescer, de ser quem sou hoje, e o querer sempre ganhar foi algo que este clube me ensinou. A única coisa que tinha na cabeça era voltar a vestir esta camisola, voltar a ser feliz onde já tinha sido muito feliz. Só tinha esse pensamento na minha cabeça.”
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