José Capristano analisou o momento do Benfica
O Benfica perdeu a liderança da I Liga esta segunda-feira, na sequência do empate caseiro (1-1) cedido frente ao Moreirense, na Luz. José Capristano analisou o momento atual do Benfica.
“A origem deste mau momento pode estar em muitas coisas, quem está dentro da estrutura é que sabe. Mas não é normal que o Benfica perca tantos pontos em tão pouco tempo, e em jogos seguidos. Perdeu com o FC Porto, perdeu com o Sporting de Braga e, agora, empatou com o Moreirense. É uma crise. Há jogadores fundamentais para o Benfica que não estão no seu melhor. O Pizzi, o Rafa Silva, o Grimaldo, o Ferro… há uma série de jogadores que estão em baixo de forma”, considerou o antigo vice-presidente encarnado.
“Frente ao Moreirense, e mesmo não tendo jogado bem, o Benfica não jogou assim tão mal. Mas todas as equipas, contra o Benfica, jogam bem. Os guarda-redes fazem sempre exibições de luxo, como fez o Pasinato. O Benfica é o alvo a abater. Mas isto é legítimo, não tem nada de mal. O Benfica poderia ter ganho, teve mais oportunidades, mas perdeu dois pontos e também a liderança. Faltam onze jornadas, tudo pode acontecer. Mas tenho que reconhecer que quem está à frente tem vantagem. Tenho esperanças de que as coisas melhorem”, prosseguiu.
Águia não pode deitar a toalha ao chão
Apesar da fase complicada que vive na temporada, o Benfica não pode, no entender de Capristano, dar o campeonato por perdido. Afinal, ainda faltam 11 jornadas por disputar na I Liga, pelo que há tempo suficiente para a equipa dar a volta e recuperar a liderança.
“Os adeptos do Benfica nunca perdem a esperança, nem a fé. Menos um ponto que o FC Porto… não é nada que seja impossível de recuperar. Se fossem cinco, seis ou sete, era pior. O Benfica tem todas as condições para recuperar. Se vencer todos os jogos, e isto é um grande ‘se’, e se o FC Porto perder mais pontos… o FC Porto ainda tem de ir a Braga e jogar, em casa, com o Sporting. Mas, hoje em dia, todos os jogos são difíceis. As equipas ‘pequenas’ agigantam-se contra as ‘grandes’ e fazem os jogos das vidas deles e, por isso, é difícil. Para a semana, o FC Porto terá um jogo muito difícil contra o Rio Ave, e o Benfica diante do Vitória FC. Nada está perdido. Mas, naturalmente, é melhor estar à frente”, opinou o antigo dirigente das águias.
A continuidade de Lage e… a falta de qualidade do plantel
Questionado a respeito da continuidade de Bruno Lage no comando técnico do Benfica, Capristano foi perentório: o treinador realizou um grande trabalho no ano passado, levando as águias à reconquista do título nacional, e tem condições para continuar ao leme da equipa. O problema está na qualidade do plantel encarnado.
“A ingratidão, para mim, é um dos maiores defeitos do ser humano. E nós, benfiquistas, devemos a Lage o êxito épico que ele teve na época passada. Ele não chegou ao Benfica no ano passado, ele já estava, nas camadas inferiores. E conhecia o Benfica muito bem. O que acontece é que, antes, o Benfica tinha Salvio, Jonas, João Félix… e agora não tem. Não é que o Lage não tenha cometido erros, e alguns erros crassos, mas não há nenhum treinador que não o tenha feito. Por isso, acho que tem condições para continuar, assim melhorem os resultados. O futebol é o momento e, se os resultados continuarem a ser maus, a corda parte sempre na parte mais fraca”, analisou, para, de seguida, apontar o dedo à construção do plantel.
“Continuo a dizer que, na minha opinião, o Benfica, este ano, tem das piores equipas desde a altura de Jorge Jesus. O que o treinador do Benfica poderia fazer de diferente, embora não esteja lá dentro, por isso não sei tudo o que se passa, é ser mais exigente em relação ao plantel. Ele diz que o plantel é excelente, que tem dois jogadores para cada posição… Eu não estou lá, mas não o vejo a exigir ao presidente o que Jesus, por exemplo, exigia. Esta é uma das coisas nas quais eu acho que o Lage falha. Quem fez a época extraordinária que fez no ano passado, não desaprendeu o que sabe sobre futebol. A qualidade do plantel é que é inferior“, atirou.
