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Funcionário do FC Porto admite que tinham uma sala e um computador para cuscar os mails do Benfica

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O FC Porto tinha um computador usado exclusivamente para armazenar os emails do Benfica, afirmou esta sexta-feira, no Tribunal do Juízo Central Cível do Porto, Diogo Faria, funcionário do departamento de comunicação no clube e um dos arguidos no “caso dos emails”. Segundo o próprio, o computador encontrava-se fechado a maior parte do tempo numa sala secreta que estava apenas acessível a si e a Francisco J. Marques, director de comunicação dos “azuis e brancos”, e não estaria conectado à rede informática interna do clube.

“Sei que o Francisco J. Marques recebia a correspondência electrónica por e-mail, enviada do endereço ‘[email protected]’”, disse Diogo Faria. Também o director de comunicação dos “dragões” acabaria por criar uma conta naquela plataforma alemã, que encripta os emails para aumentar a segurança e o anonimato das informações partilhadas, disse Faria.

“O nosso objectivo era analisar as caixas de correio para ver se existiria informação do interesse público e confirmar as suspeitas que já existiam no futebol português”, afirmou o funcionário do FC Porto.

Faria — que é co-autor, com Francisco J. Marques, do livro O Polvo Encarnado — explicou que era o único que analisava as informações contidas nos emails, escolhendo os conteúdos a passar ao director de comunicação do FC Porto.

Questionado em tribunal sobre outras informações eventualmente contidas nos emails — relativas a metodologias de treino, contractos de patrocínio ou dados de jogadores do Benfica — Diogo Faria alega que tal “era passado à frente”, sem que esses dados fossem utilizados em benefício do FC Porto.

Rui Pinto? “Não vejo o desde 2013”
Diogo Faria diz ter sido contratado pelo FC Porto pela sua capacidade de analisar grandes volumes de dados em Junho de 2017, período em que a correspondência electrónica do Benfica chegou à posse de Francisco J. Marques.

Em tribunal, o funcionário do FC Porto foi questionado sobre uma possível ligação a Rui Pinto, hacker que em vários momentos foi associado na imprensa à intrusão no sistema informático do Benfica, mas que tem negado qualquer participação no crime. “Fui colega do Rui Pinto na Faculdade de Letras da Universidade do Porto entre 2008 e 2011”, reconheceu, negando contudo uma relação de proximidade.

“Era uma turma com mais de cem estudantes. Não o vejo desde 2013, altura em que concluí o mestrado. Nunca tive o número [de telefone] dele nem ele o meu”, disse.

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